Reflexos de frente ao espelho

Às vezes a solidão nos coloca em um caminho assustadoramente prazerosa, inquieta e sombria. É quando o silêncio regurgita esperança de uma forma sádica e incapaz. Nos transformamos em atores e atrizes de nossa própria opera. Onde deixamos de lado a existência real e nossos feitos, sejam eles muitos e poucos.

Tem dias que simplesmente paro e evito os sons lá fora. Evito ouvir as pessoas, suas falas, passos, os transportes, os bichos, o cotidiano. Meio que entro em uma imersão e me jogo em lembranças, ideias. Misturo tudo como um liquidificador. Liquidificando a dor e suas mais diversas formas de existência interna. É o cansaço. 

Nossa mente às vezes implora gratidão. Solicita uma pausa, mesmo por alguns segundos. Não é algo o qual devamos temer. Talvez seja algo tão necessário quanto o respirar. Se acalmar, parar, refletir, recuar e seguir. 

Se somos frutos de decisões constantes, porquê não decidimos quando e onde devamos descansar? 

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